Matanza é uma banda de country hardcore do Rio de Janeiro, em atividade desde 1995. São conhecidos por sua sonoridade única e agressiva que mistura hardcore punk com country music e heavy metal, estilo que a mídia batizou de “countrycore” e que a banda adotou para si. Suas letras, na maioria das vezes, abordam temas sobre ódio, violência, mulher, bebida e contam histórias sobre o Velho Oeste americano.
Os membros da banda são grandes admiradores de Johnny Cash e, em 2005, gravaram um álbum de versões para músicas da fase inicial de sua carreira, batizado como To Hell With Johnny Cash. Entre outras influências da banda, destacam-se Motörhead, Slayer, Exploited e Dropkick Murphys.
Matanza foi idealizado nos idos de 1996 por Jimmy e Donida, atendendo à brilhante idéia de explorar as melodias simples e diretas da fase inicial da carreira do cantor americano Johnny Cash, adaptadas a um andamento de bateria como o que se ouvia da banda escocesa The Exploited. Completavam essa formação embrionária, o baterista Nervoso e o baixista Diba, registrada na demo de 1998 Terror em Dashville.
Matanza - Bom é Quando Faz Mal
Em 1999, uma nova gravação atrairia a atenção do produtor Rafael Ramos, e levaria o Matanza à assinar com a hoje extinta Abril Music para o lançamento de seu primeiro CD. Já contando com China no baixo, Santa Madre Cassino foi gravado em Dezembro de 2000 e lançado em Março do ano seguinte, pouco antes da banda ser demitida da gravadora por falta de um sucesso radiofônico.
O Matanza segue com Rafael Ramos para a Deckdisc e grava no estúdio Tambor o seu segundo álbum, Música Para Beber e Brigar, agora com Fausto às baquetas. Deste álbum, destacaram-se “Pé na Porta, Soco na Cara” e “Bom é Quando Faz Mal”, cujos videoclipes foram dirigidos por Eduardo Kurt, responsável também pelo de “Ela Roubou Meu Caminhão”, do primeiro álbum, e por todos os que viriam a compor o tributo à Johnny Cash.
O projeto To Hell with Johnny Cash começou como um compacto de quatro músicas que a banda costumava tocar em seus shows mas, em pouco tempo, já orçavam-se 3 compactos, com 12 músicas ao todo. No começo de 2005, com o surgimento de uma nova mídia, o projeto tomou ares de disco de carreira e o resultado foi um CD-DVD, reconhecido como o primeiro título em DualDisc de um artista brasileiro em território nacional.
Gravado em meados de 2006 e lançado em Outubro do mesmo ano, A Arte do Insulto revelou uma banda imensamente mais profissional, apta à encarar a estrada de uma forma inconcebível no começo de carreira. A seriedade para com a música seria expressa no tom das letras, no peso das composições e na intensidade do show, o que levaria, mais tarde, à gravação de um DVD. O trabalho de divulgação do álbum contou ainda com o videoclipe de “Clube dos Canalhas”, dirigido por Rudi Lagemann e fotografado por Tuca Andrade, e com a revista Matanza Comix, com quadrinhos de Alan Sieber, Arnaldo Branco, Daniel Etê, entre outros, além do próprio Donida, editor da publicação.
Matanza - A Arte do Insulto (Full Album)
O registro Matanza Ao Vivo gravado no Hangar 110 (SP) em Dezembro de 2008 e dirigido por Romi Atarashi, conta com Jonas na bateria e marca a transição para uma nova fase. O guitarrista Donida deixa os palcos para dedicar-se exclusivamente à composição do material da banda. Seu lugar, nos palcos, é ocupado por Maurício Nogueira (Ex-Torture Squad).
Cinco anos após A Arte do Insulto, o Matanza lança Odiosa Natureza Humana, em Março, pela Deckdisc. O aguardado 5º álbum de estúdio (e 4º de inéditas) começou a ser feito em 2010 e foi gravado em 3 dias, ao vivo, com fita de rolo (nada de arrumações digitais) e produção de Rafael Ramos no estúdio Tambor. Depois de 15 anos de carreira, 6 CD’s e um DVD lançados e uma média anual de 90 shows, a banda segue na ativa praticando o seu maravilhoso country hardcore com letras irônicas e mau-humoradas.
Os fãs interessados em assistir ao histórico espetáculo que o Anathema, considerado um dos grupos mais respeitados do Doom Rock Mundial, protagonizará no próximo dia 13 de outubro, no Carioca Club, em São Paulo, devem se antecipar para não correr o risco de ficarem de fora.
A Agência Sob Controle, responsável pela única apresentação da banda inglesa no país, informa que a procura por ingressos é grande, principalmente pela internet. Os ingressos estão à venda pelo site da Ticket Brasil (https://ticketbrasil.com.br/show/anathema-sp), na tradicional Galeria do Rock (lojas Lady Snake e Mutilation) e em Santo André (Metal CDs). Os preços variam de R$ 70,00 (1° lote pista estudante/promocional) à R$ 150,00 (2° lota estudantes e promocionais). Mais informações no serviço abaixo.
Esta apresentação marca a estreia de Vincent Cavanagh (guitarra/vocal), Daniel Cavanagh (guitarra/vocal/teclado), Jamie Cavanagh (baixo), Lee Douglas (vocal) e John Douglas (bateria) em território paulistano. Os ingleses estão preparando um repertório abrangendo as composições mais aclamadas pelos fãs durante 23 anos de carreira.
Neste momento, eles estão divulgando o aclamado e bem-sucedido álbum "Weather Systems", lançado no ano passado, via The End Records. Porém, o Anathema se prepara para lançar o filme e disco duplo ao vivo “Universal”, gravado na estreia triunfante desta turnê, no antigo teatro romano de Philippopolis com a Orquestra Filarmonica de Plovdiv. Este show impecável foi documentado pelo renomado Lasse Hoile (Dream Theater, Opeth, Steven Wilson, Porcupine Tree).
As datas da turnê do Anathema pela América Latina é a seguinte:
Oct 07 - Circo Volador - Cidade do México, México
Oct 10 - Teatro Capoulican - Santiago, Chile
Oct 12 - Teatro Flores - Buenos Aires, Argentina
Oct 13 - Carioca Club - São Paulo, Brasil
Serviço São Paulo
Agência Sob Controle orgulhosamente apresenta Anathema no Brasil
Data: 13 de outubro de 2013
Local: Carioca Club
End: Rua Cardeal Arcoverde, 2899 - Pinheiros
Hora: 18h (abertura das portas)
Banda de abertura: a confirmar
Ingressos:
Pista: 1° lote: R$ 70,00 (Estudantes e promocionais) | 2° lote: R$ 90,00 (Estudantes e promocionais) | Porta: R$ 100,00
Mezanino: 1° lote: R$ 100,00 (Estudantes e promocionais) | 2° lote: R$ 150,00 (Estudantes e promocionais) | Porta: a confirmar
Pontos de Venda (a partir de 22/08):
Bilheterias do Carioca Club
Galeria do Rock: Lady Snake: 1° andar - (11) 3361.7705 | Mutilation: 2° andar - (11) 3222.8253
Santo André - Metal CDs: (11) 4994.7565 - R. Dr. Elisa Flaquer, 184
O Helloween foi formado na Alemanha em 1984. Sua primeira formação contava com Kai Hansen (vocalista e guitarrista), Michael Weikath (guitarrista), Markus Grosskopf (baixista) e Ingo Schwichenberg (baterista). Sua estréia no mundo do metal, se deu com o EP auto- intitulado, Helloween, de 1985- com apenas 5 músicas. O segundo LP- tido como a grande e verdadeira estréia da banda-, Walls Of Jericho, de 1986, rapidamente se tornou um sucesso entre os headbangers europeus.
Em 1987 o seu segundo álbum, Keeper Of The Seven Keys se tornou um dos clássicos de todos os tempos do heavy metal. Para assumir os vocais (já que Kai Hansen realmente estava sobrecarregado com os vocais, guitarra e composições) foi chamado o jovem (então com 18 anos) Michael Kiske (a excelente performance de Kiske mais tarde o levaria a ser um dos indicados para substituir Bruce Dickinson no Iron Maiden, embora isso não tenha se concretizado)e Kai Hansen fica então somente na guitarra e composições. Logo após as gravações do álbum, porém, o guitarrista Michael Weikath passou a apresentar problemas freqüente de relacionamento com os outros membros, principalmente Kai Hansen (Weikath não estava satisfeito com o pouco espaço dado a suas composições, pois apenas duas das músicas do álbum não haviam sido compostas por Hansen).
Em 1988 foi lançado Keeper Of The Seven Keys Part II (nome escolhido pela gravadora) que elevou o Helloween ao nível das maiores bandas de heavy metal da Europa, gerando grandes turnês que desagradaram Kai Hansen (o qual preferia se dedicar a composições ao invés de se apresentar ao vivo noite após noite). Kai abandonou o Helloween após alguns shows da nova turnê e passou a preparar juntamente com Ralf Scheepers o projeto que viria a se tornar na banda Gamma Ray. Assumiu seu lugar no Helloween, Roland Grapow. A liderança da banda, bem como boa parte das composições passou a ser responsabilidade de Michael Weikath. Helloween Keeper of The Seven Keys Part 2 Full Album
Sem seu principal compositor e músico obviamente os trabalhos que se seguiram não foram tão bem aceitos. Os dois primeiros álbuns com a nova formação, Pink Bubbles Go Ape e Chameleon traziam uma banda em busca de uma identidade musical perdida e sem o peso que a caracterizava. A turnê de Chameleon foi interrompida pelo meio em virtude de problemas internos na banda e falta de público. Somado a isso, junta-se a morte de Ingo Schwichtenberg, o ex- baterista da banda; Ingo sofria de esquizofrenia hereditária e era usuário de cocaína, o que piorava seu estado físico e mental. Em um show no Japão, antes de se iniciar o show, mas já no palco, o ex- baterista se jogou no chão em posição fetal e chorou compulsivamente. As tours eram marcadas por grandes momentos de depressão e outros em que Ingo apresentava euforia histérica. Diante deste quadro, para a desgraça total, o mesmo Ingo se suicidou. Segundo Michael Weikath, mesmo o Helloween tratando Ingo e o levando a médicos, a banda foi acusada de não se importar com o ex- baterista. Isto não foi tudo, pois as guerras de gravadoras continuaram; a Noise Records não os havia pagado , a EMI os mandou embora e tiveram alguns problemas sérios, no início, com a Castle.
Em 1994 um novo rumo na história da banda é marcado com o lançamento de Master Of The Rings. Com novo vocalista (Andi Deris) e novo baterista (Uli Kusch, que havia tocado com o Gamma Ray) o novo disco foi excelentemente aceito por crítica e público. A boa fase seria confirmada com o próximo e excelente álbum, The Time Of The Oath- com dedicação especial ao falecido ex- baterista Ingo Schwichtenberg- e com o registro ao vivo High Live.
Em 1998, a banda lança Better Than Raw. Álbum marcado por algumas novidades no instrumental e principalmente na voz de Andi Deris que passou a usá-la de maneira diferente como em Push, Handfull of Pain (no refrão). Seguia em termos, a fórmula de seu antecessor The Time of the Oath em músicas como Falling Higher e Midnight Sun. Desta vez a banda decidiu apostar em músicas diferentes como Hey Lord! e Time que são caracterizadas por uma levada mais pop. Vale destacar a belíssima e pesada Revelation além de Don’t Spit on my Mind. Um álbum à altura de todos os sucessos da banda, foi aclamado por seus fãs e críticos em geral.
A banda excursionou por vários países com o Iron Maiden. Também se apresentou no Brasil em dezembro de 1998, fazendo um show de apoximadamente uma hora, desfilou clássicos antigos aliados aos novos sucessos da "era" Andi Deris. Foi sua segunda apresentação no país, e mais um vez, foi aprovado com louvores por seus fãs.
Em fins de 1999, o Helloween lançou o seu mais novo petardo, em forma de álbum com covers. Metal Jukebox consiste em um trabalho em que a banda coverizou, ao seu estilo, várias músicas de várias bandas de rock- e de pop também- que, na grande maioria, se fizeram famosas durante os anos 70. Temos Hocus Pocus(Focus), Locomotive Breath(Jethro Tull), From Out Of Nowhere(Faith No More), He’s A Woman, She’s A Men (Scorpions) entre outras. A aceitação, perante seus fãns, foi muito boa e a banda caminhava para seu novo álbum de músicas próprias.
Em 2000 o Helloween mudou de gravadora, assinando contrato com a Nuclear Blast. Tendo Roy Z (que produziu, entre outros, a carreira solo de Bruce Dickinson) e Charlie Bauerfeind como produtores, a banda lançou The Dark Ride, sem dúvida o álbum mais pesado da carreira. Todos os integrantes da banda participaram das composições, algo difícil de se ver hoje em dia. Com letras mais obscuras e riffs pesados, The Dark Ride agradou a muitos fãs, mas desagradou a outros. Mas não foi só com os fãs que isso aconteceu. Michael Weikath e Andi Deris não ficaram muito satisfeitos com o resultado final, pois tradicionalmente o Helloween tem letras mais alegres. Essa insatisfação rendeu alterações no line-up. Roland Grapow e Uli Kusch deixaram a banda para formar o Masterplan, e foram substituídos por Sascha Gerstner (guitarra) e Mark Cross (bateria).
Em 2002 começaram a gravação de Rabbit Don't Come Easy, mas o princípio foi problemático. Mark Cross contraiu uma doença conhecida como Mononucleose, que deixa o organismo bastante debilitado e cuja recuperação é lenta. Com isso, a gravação da bateria ficou por conta de ninguém menos que Mikkey Dee (Motörhead). Após as gravações, e constatada a impossibilidade de Mark Cross retornar à ativa, a banda anunciou oficialmente um novo baterista permanente: Stefan Schwarzmann (ex-Running Wild, Accept e U.D.O.). Helloween - I Want Out (1988)
Eu quero sair Desde o início de nossas vidas Somos empurrados para pequenas fôrmas Ninguém nos pergunta como gostaríamos de ser Na escola eles nos ensinam o que pensar Mas todos dizem coisas diferentes Mas estão todos convencidos De que estão certos Então eles continuam falando e nunca param E a certa altura você desiste E a única coisa que resta para pensar é essa Eu quero sair - e viver minha vida sozinho Eu quero sair - me deixe ser Eu quero sair - e fazer coisas do meu jeito Eu quero sair - viver minha vida e ser livre As pessoas me dizem A e B Eles dizem como eu devo ver As coisas que já me são claras Então me empurram de um lado para o outro Eles me levam de um lado extremo ao outro Me empurram até que não haja nada para ouvir Mas não me levam ao máximo Calem a boca e saiam daqui Porque eu decido de que jeito as coisas vão ser Eu quero sair - e viver minha vida sozinho Eu quero sair - me deixe ser Eu quero sair - e fazer coisas do meu jeito Eu quero sair - viver minha vida e ser livre Há um milhão de jeitos de ver as coisas na vida Um milhão de jeitos de ser um idiota No final, nenhum de nós esta certo Ás vezes nós precisamos ficar sozinhos Não, não, não, me deixem só Eu quero sair - e viver minha vida sozinho Eu quero sair - me deixe ser Eu quero sair - e fazer coisas do meu jeito
A lendária banda brasileira, ícone do heavy metal, SEPULTURA revelou, com exclusividade no blog DP no estúdio com o Sepultura, a capa e as faixas de seu mais novo álbum, “The mediator between head and hands must be the heart”, que tem previsão de lançamento para o dia 25 de outubro, através da Substancial Music no Brasil e Nuclear Blast Entertainment em todo o mundo. A capa foi criada pelo artista brasileiro Alexandre Wagner, e foi feita usando a técnica de desenho a carvão.
Andreas Kisser comenta como conheceu o trabalho de Alexandre Wagner. “Foi uma indicação do Silvio Bibika, que foi meu roadie durante muito tempo. Ele sempre me indica coisas no geral que o Sepultura possa precisar. O Alexandre, que é de Belo Horizonte, ele me indicou há um ano. Então, antes de a gente ir para os Estados Unidos, para gravar o álbum, eu fui na casa dele, para definir a capa, passar o título do álbum, falar sobre o conceito do filme Metrópolis, para que ele fizesse algo original. Mas ao ver o quadro com o desenho, achei que tinha tudo a ver e que não precisávamos de algo novo”, contou.
Track-list:
1. Trauma of War
2. The Vatican
3. Impending Doom
4. Manipulation of Tragedy
5. Tsunami
6. The Bliss of Ignorants
7. Grief
8. The Age of the Atheist
9. Obsessed
10. Da Lama ao Caos (Chico Science & Nação Zumbi cover)
Bônus
Stagnate State of Affairs
Zombie Ritual (Death cover)
Para ler mais sobre o desenho e o artista, basta acessar o link abaixo.
O Overkill nasceu em Nova York (EUA) em 82, logo depois da explosão do heavy e thrash da Bay Area de São Francisco. Formado por Bobby "Blitz" Ellsworth no vocal, Dan Spitz na guitarra, D.D.Verni no baixo e Rat Skates na bateria, teve seu nome inspirado na música “Overkill” do Motörhead. Tem como marca registrada muito senso de humor e cada álbum traz uma piada da banda, muitas vezes sutil.
Antes de lançarem o primeiro álbum, a banda já havia gravado as demos “Power In Black” (82) e “Rotten To The Core” (83), além de, em 84, participarem com a música “Death Rider” da compilação “Metal Massacre 5”, produzida pela Metal Blade Records.
No ano seguinte Dan Spitz é chamado pelo Anthrax e Bobby Gustafson entra em seu lugar. É então lançado o primeiro álbum da banda, “Feel the Fire”, que apesar da produção de Alex Perialas (que já produziu Anthrax, Testament, Nuclear Assault, Agnostic Front e Flotsam & Jetsam) e Jon Zazula (produziu também Metallica e Anthrax), contou com pouca qualidade técnica da Mega Force Records (Anthrax, Metallica, Testament, Exciter, Manowar, Mercyful Fate).
A Atlantic Records assina parceria com a Mega Force e investe mais na banda de um modo geral. As gravações ficam melhores em “Taking Over”, o segundo trabalho do Overkill, que sai em 87. Para a divulgação do álbum, a banda entra em tour. Dela são gravadas 4 faixas ao vivo: "Rotten to the Core", "HammerHead", "Electro-Violence" e "Use Your Head", mais a inédita "Fuck You", gravada no Phantasy Theatre (Cleveland), em junho, que vão para o EP "Fuck You". A capa era a foto de um dedo médio levantado e gerou muita polêmica até ser censurado e a gravadora obrigada a lançá-lo com uma embalagem de plástico fosco. Como em todo trabalho do Overkill, a piada aqui é a música “You Are My Sunshine” tocada no meio de “Rotten To The Core”.
Ainda em 87 a Atlantic lança “Power Chords, Vol. 1”, uma compilação em que o Overkill participa com a música “Wrecking Crew”. Entre outras bandas, fizeram parte Anthrax com “N.F.L.”, Testament com “Apocalyptic City”, Savatage com “Hall of the Mountain King” e Manowar com “Black Wind, Fire and Steel”.
No final da tour de “Taking Over”, o baterista Rat Skates deixa a banda e em seu lugar entra Sid Falck. Em 88 é lançado “Under the Influence” que vendeu mais de 300 mil cópias no mundo e apesar disso é considerado um dos piores álbuns da banda. As fotos da capa são de Frank White, que já fotografou para álbuns de Cannibal Corpse, Obituary, Death, Deicide, Misfits, Biohazard, Anthrax, Pro-Pain e Stuck Mojo; e de Dan Muro, que fotografou bandas como Dream Theater, Grip Inc. e Morbid Angel.
Overkill- Under The Influence Full Album
“The Years of Decay” é lançado no ano seguinte, 89. A faixa “E.Vil N.Ever D.Ies” marca o final da seqüência que se originou com a música “Overkill” de “Feel the Fire”, “Overkill II (The Nightmare Continues)” de “Taking Over” e “Overkill III (Under the Influence)” de “Under....”. Além disso, percebe-se que a fase mais voltada ao ocultismo nas letras e peso arrastado chega ao fim. Nessa época sai o guitarrista Gustafson e para seu lugar são recrutados Merritt Gant e Rob Cannavino, que havia sido roadie do Armored Saint e do próprio Overkill por um longo tempo.
Em 91 a banda grava um dos melhores álbuns da carreira, “Horrorscope”. Com arranjos melhores e som mais trabalhado, se tornou um dos clássicos do thrash. A curiosidade aqui é a cover de “Frankenstein” de Edgar Winter (músico texano de blues-rock e folk). A banda começa a ser mais conhecida fora dos EUA mas o baterista Sid Falck sofre um acidente de carro e tem que deixar a banda. Tim Mallere (ex-M.O.D.) preenche sua vaga.
Depois de um tempo para a banda fazer tour e se adaptar ao novo baterista, sai “I Hear Black” em 93 com o novo produtor Alex Perialas, que é apontado como responsável por tirar parte da cadência e da energia da banda no álbum.
As fotografias ficam por conta de Amy Guip (Biohazard e Living Colour) e Danny Clinch (Metallica, Savatage, Def Leppard, Alice in Chains, Joe Satriani, Neil Young e Gov't Mule, entre outros), e o design de capa por Larry Freemantle, que, para se Ter uma idéia, também fez as capas de “Vulgar Display of Power” (92) do Pantera; “Ritual” (92) e “Return to the Apocalyptic City” (93) do Testament; “Live at Hammersmith” (94) do Twisted Sister; “Dead Winter Dead” (95) do Savatage; “Bump Ahead” (93) e “Hey Man” (96) do Mr. Big; “Last Rebel” (93) do Lynyrd Skynyrd; “Fire and Ice” (92) de Yngwie Malmsteen; e “Images & Words” (92), “Awake” (94) e “Change of Seasons” (95) do Dream Theater.
Em 94 a banda resolve voltar ao feeling do som mais antigo e produz, pela primeira vez sozinha, o álbum “W.F.O.” (Wide Fucking Open). O trabalho fica bem diferente dos anteriores, trazendo algumas mudanças nítidas como o baixo, que está mais claro e evidente.
Overkill - (1994) W.F.O. FULL ALBUM HD
Para comemorar o aniversário de 10 anos da banda, é lançado em outubro de 95 “Wrecking Your Neck” pela CMC Records (Accept, Twisted Sister, Motörhead, Yngwie Malmsteen e Warrant). O álbum foi gravado ao vivo em um show de Cleveland (novamente) e as fotos de capa são de Andreas Schowe, que já fotografou para capas do Gamma Ray e Grave Digger.
Mais um álbum ao vivo sai em outubro de 96. “Fuck You and Then Some” traz a cover de “Hole in the Sky” do Sabbath e tem design de capa assinado por Peter Tsakiris, que trabalhou também nas capas de “Angry Machines” (96) do Dio e “In Concert: 1970-1972” (2001) do Deep Purple.
A banda sofre novamente abalos em sua formação quando Merritt deixa a banda para se casar e Rob Cannavino decide se dedicar à corrida de moto profissional. Nos lugares deixados pelos guitarristas entram Joe Comeau e Sebastian Marino.
Com nova formação, o álbum seguinte é produzido novamente pela própria banda. “The Killing Kind” é lançado em 96 e é considerado um dos álbuns de melhor produção que eles já tiveram.
O ano de 97 é marcado para o Overkill com muito trabalho. Além da tour, participam ainda do “Tribute To Judas Priest: Legends Of Metal” com a música Tyrant e em setembro do mesmo ano é lançado o álbum “From the Underground and Below”.
O próximo álbum de estúdio, “Necroshine”, é lançado em fevereiro de 99 e, logo depois, em outubro é a vez de “Coverkill”, um álbum somente de covers muito curioso pela diversidade de estilos. Entre os covers estão "Hole in the Sky" "Cornucopia" e "Never Say Die" do Black Sabbath, “Space Truckin'" do Deep Purple, "Deuce" do Kiss, "Tyrant" do Judas Priest, "Death Tone" do Manowar, "Hymn 43" do Jethro Tull, "Ain't Nothin' To Do" do Dead Boys, "No Feelings" do Sex Pistols, "I'm Against It", do Ramones e, claro, “Overkill” do Motörhead.
Novamente há problemas com os guitarristas e Marino e Comeau saem da banda sendo substituídos por Dave Linsk e Derek Tailer. Com essa formação e ainda hoje na ativa a banda lança seu último álbum, “Bloodletting” em outubro de 2000 pela Metal-Is Records (Motörhead, Halford, W.A.S.P. e Annihilator). O design de capa é de Travis Smith que fez as capas de “Sound of Perserverence” (98) do Death; “Something Wicked This Way Comes” (98) e “Alive in Athens” (99) do Iced Earth; “Dead Heart in a Dead World” (2000) do Nevermore; e “Thane to the Throne” (2000) do Jag Panzer.
O Overkill, contemporâneo de Exodus, Testament, Voivod, Sacred Reich e Death Angel, ficou conhecido principalmente por sua técnica e alta velocidade. É hoje uma das poucas bandas que ainda mantém o thrash puro e cadenciado com a essência das bandas dos anos 80.
OVERKILL - Bring Me The Night
Bring Me The Night
Nunca me importei muito, adquiriu a saúde mental
Eu deixei minha reputação falam apenas para si
eu nunca gostei de as regras que vieram "muito tempo com o jogo
Segundo o jornal Correio Brasiliense, apenas quatro horas após confirmar a realização do show do Metallica em Brasília, a Secopa (Secretaria Extraordinária da Copa) informou que a apresentação da banda de heavy metal foi cancelada.
Segundo o órgão, a produtora Vision, responsável pelo show, havia solicitado a reserva do estádio no dia 15 de novembro para a realização do show da banda internacional. Porém, na tarde desta quinta-feira (22) a empresa entrou em contato com a Secopa para informar sobre o cancelamento do evento.
"Até a tarde de hoje tínhamos uma informação, mas recebemos uma informação nova", relatou a assessoria do órgão. A Secretaria disse que não há previsão para que o show seja feito em algum outro momento.
O Governo do Distrito Federal confirmou a vinda da banda METALLICA a Brasília no dia 15 de novembro, no Mané Garrincha. Nenhum outro detalhe foi confirmado, informações sobre ingressos dentre outros serão divulgados ao longo do tempo.
Lembrando que a banda toca no Rock in Rio em setembro.
Para quem noção conhece, aqui ta um pequeno trecho do que e o Metallica.
Metallica - Ride The Lightning (Live - Mexico City, Mexico) - MetOnTour
Fonte: Metallica: show confirmado em Brasília no dia 15 de novembro
21/09/2013 aniversario de morte de Raul Seixas. Um marco no mundo do Rock Brasileiro. Esta vai para você Raul onde for que estiver.
Maria Eugênia Pereira dos Santos era uma garotinha bonita quando conheceu Raul Varella Seixas. Ela tinha sete anos, e ele nove. O namoro, que durante anos ficou somente na troca de olhares e bilhetinhos, culminou no casamento dos dois, às 17:30h do dia 16 de setembro de 1944, na Igreja do Bonfim, em Salvador, na Bahia. Nove meses após a união de Raul e Maria Eugênia, nascia o primeiro filho do casal, Raul Santos Seixas, em 28 de junho de 1945.
“Nasci baiano mesmo, na av. 7 de setembro, número 108, que é a avenida principal de Salvador. Hoje estão comendo bacalhau no quarto onde nasci.” brincaria Raul, mais tarde, referindo-se ao Restaurante Português, que funciona hoje, na casa em que nasceu.
A vasta biblioteca de seu pai era seu brinquedo favorito. E foi daí que veio o gosto pela palavra e a miopia precoce. Vivia trancado no quarto devorando o “Livro dos Porquês” do “Tesouro da Juventude”. Inventava histórias fantásticas que, transformadas em gibis, e com desenhos do próprio Raul, eram vendidos ao irmão caçula, Plininho (Plínio Santos Seixas, três anos mais novo). Melô era o personagem central de suas histórias, um cientista louco que viajava no tempo com figuras históricas, Deus e o Diabo.
“Eu estava muito preocupado com a filosofia sem o saber (isto é, eu não sabia que era filosofia aquilo que eu pensava). Tinha mania de pensar que eu era maluco e ninguém queria me dizer. Gostava de ficar sozinho. Pensando. Horas e horas. Meu mundo interior é, e sempre foi, muito rico e intenso. Por isso o mundo exterior naquela época não me interessava muito. Eu criava o meu.”No ano de 1954, Raul ganhou seu primeiro violão, presente dos pais, ao qual, a princípio, ele não deu muita importância. Porém, pouco a pouco, foi dedilhando e, sozinho, aprendeu a tocar algumas músicas, acabando por se apaixonar pela novidade.
A família Seixas mudou-se para uma casa que ficava próxima ao Consulado Americano. Ali Raul conheceu os garotos do consulado, que lhe emprestaram alguns discos de Elvis Presley, Little Richard, Fats Domino, Chuck Berry etc. Foi o primeiro contato com o Rock and Roll.
“Eu ouvia os discos de Elvis Presley até estragar os sulcos. O rock era como uma chave que abriria minhas portas que viviam fechadas. Usava camisa vermelha, gola virada para cima.
As mães não deixavam as filhinhas chegarem perto de mim porque eu era torto como o James Dean. Olhava de lado, com jeito de durão. Cada vez que eu cumprimentava uma pessoa dava três giros em torno do próprio corpo. Eu era o próprio rock. Eu era Elvis quando andava e penteava o topete. Eu era alvo de risos, gracinhas, claro. Eu tinha assumido uma maneira de vestir, falar e agir que ninguém conhecia. Claro que eu não tinha consciência da mudança social que o rock implicava. Eu achava que os jovens iam dominar o mundo.”
Aos poucos a escola foi ficando de lado. O bom era ficar na loja Can-tinho da Música, curtindo rock and roll ou marcando ponto no Elvis Rock Club, fã-clube de Elvis Presley, fundado por Raulzito e o amigo Waldir Serrão. Corria o ano de 1962 e a necessidade de fazer rock levou Raul a fundar, ao lado dos irmãos Délcio e Thildo Gama, o grupo Os Relâm-pagos do Rock. Chegaram a se apresentar na TV Itapoan, onde foram chamados de cantores de “música de cowboy”.
“Eu era um fracasso na escola. A escola não me dizia nada do que eu queria saber. Tudo o que eu sei, eu devo ao mundo, à rua, à vivência e, principalmente a mim mesmo. Repeti 5 vezes a 2ª. série do ginásio. Nunca aprendi nada na escola. Minto. Aprendi a odiá-la.”
O ano de 1964 foi importante para Raul Seixas. Os Relâmpagos do Rock, com nova formação, passam a se chamar The Panthers. Foi também o ano da profissionalização definitiva e da des-coberta dos Beatles.
Ainda em 1964, The Panthers entra em estúdio para gravar aquela que viria a ser a primeira gravação oficial: duas músicas para serem lançadas em um compacto (“Nanny”/ “Coração Partido”) pela Astor, que acabaram ficando apenas no acetato, não sendo lançadas comercialmente. Somente em 1992, a música “Nanny” seria lançada, entre outras gravações raras, no álbum O Baú do Raul.
O grupo passou então a se chamar Raulzito e Os Panteras. Depois de comprar uma aparelhagem nova e melhor, passou a tocar em boates e em shows em que, muitas vezes, brilhavam astros da Jovem Guarda como Roberto Carlos, Wanderléa, Jerry Adriani e, Rosemary, entre outros. Seus maiores rivais são os grupos de samba e bossa nova, aquartelados no Teatro Vila Velha de um lado e do outro o Cinema Roma, que era o templo do rock and roll, organizado por Waldir Serrão, O Big Ben.
Em nome do namoro com a americana Edith Wisner, Raul resolve parar tudo e retomar os estudos e, em pouco tempo, prestar o vestibular (para passar num dos primeiros lugares) para a faculdade de Direito. “Eu queria provar às pessoas, à minha família, como era fácil isso de estudar, passar em exames. Como não tinha a mínima importância.” Tão sem importância que, em 1967, decide ao mesmo tempo casar com Edith e retomar a carreira com Os Panteras.
Atendendo a um pedido de Jerry Adriani, Raul, Edith e Os Panteras partiram em viagem para o Rio, realizando um velho sonho. Conseguiram gravar, para a Odeon, o LP Raulzito e Os Panteras. Lançado em 1968, o disco foi ignorado tanto pela crítica quanto pelo público.
“Chegamos em fim de safra. Não entendíamos o que estava acontecendo. Agnaldo Timóteo de um lado, Gil e Os Mutantes de outro. Tocávamos coisas complicadas, minhas letras falavam de agnosticismo, essas coisas, e complicamos demais. Não tínhamos idéia do que era comercial em matéria de música em português.”
Com o fracasso do disco, ficam algum tempo como banda de apoio de Jerry Adriani, até a dissolução do grupo. “Só sobrou eu. Os outros não agüentaram a barra e caíram fora”. Desiludido e psicologicamente abalado, Raul voltou para Salvador.”
Em 1970, conheceu Evandro Ribeiro, diretor da CBS, hoje Sony Music. “Talvez eu tivesse trilhado o caminho da paranóia se não tivesse tido a chance que tive. Conheci o diretor da gravadora CBS lá mesmo, na Bahia, e foi ele mesmo quem me deu oportunidade de estar em contato com a arte outra vez.” E lá se foi Raul, com Edith, de volta para o Rio; desta vez para trabalhar como produtor de discos na CBS. Durante um ano, Raul criaria músicas e discos de sucesso para Jerry Adriani, Trio Ternura, Renato e Seus Blue Caps, Tony e Frankie, Diana e Sérgio Sampaio. “Sérgio Sampaio foi o primeiro artista que eu realmente descobri. Acreditei muito nesse cara. Acreditei tanto que ele me incentivou a ser artista outra vez.” Em novembro daquele ano, nasceu Simone, a primeira filha.
O incentivo de Sérgio Sampaio levou Raul a produzir e lançar, em julho de 1971, aproveitando a viagem do presidente da CBS, o LP Sociedade da Grã-Ordem Kavernista – apresenta – Sessão das 10, com participações do próprio Raul, com Sérgio Sampaio, Miriam Batucada, Edy Star.
Isso lhe valeu a expulsão da CBS quando o presidente voltou. O disco então sumiu, “misteriosamente”, do mercado.
“Neste disco cada um cantava suas músicas em faixas separadas, num trabalho que resumia o caos da época. Valeu a pena, apesar de ter vendido muito pouco. Nós nos divertimos muito. Foi também a primeira vez que eu fiz algo para ser consumido e do qual me senti paranoicamente orgulhoso e feliz. Como os Beatles, que aprenderam no estúdio, eu aprendi tudo na CBS, os macetes todos. Aprendi a fazer música fácil, comercial, intuitiva e bonitinha, que leva direitinho o que a gente quer dizer.”
Em setembro de 1972, no VII Festival Internacional da Canção, à frente de um público ávido por novidades, Raul, mais uma vez incentivado pelo amigo Sérgio Sampaio, resolveu se tornar “popular”. Inscreveu no festival as canções “Eu sou eu, Nicuri é o Diabo”, defendida por Lena Rios e Os Lobos, e “Let me Sing, Let me Sing”, mistura de rock com baião, interpretada pelo próprio Raul, travestido de Elvis. Ambas foram classificadas.
“Depois de sair da CBS, onde ganhava 4 mil cruzeiros por mês, decidi ser Raul Seixas. Então usei, este é o termo, aquele negócio de brilhantina, do rock, do casaco de couro, como trampolim, como uma maneira de ser conhecido. Por que eu só passei a existir depois daquela encenação, daquele teatro que eu fiz. Combinar rock com baião foi a fórmula certa para chamar a atenção. Mas foi só o começo.”
A classificação de “Let me Sing, Let me Sing” entre as finalistas, além da excelente repercussão que Raul Seixas provocou no público e na imprensa, garantiu a continuidade de sua carreira como cantor e compositor da Philips. A consagração ainda tardaria alguns meses; tempo durante os quais Raul atuaria ao velho estilo, como produtor (e, no caso, também como cantor, anônimo, sem crédito na capa) de um disco antológico de clássicos de rock and roll e da Jovem Guarda: Os 24 Maiores Sucessos da Era do Rock (selo Polyfar, 1973).
Em 1975, esse disco seria reeditado com algumas alterações, como o nome de Raul na capa e um novo título, 20 Anos de Rock, aproveitando a notoriedade de Raul. Mas o “buuum” só viria mesmo com a explosão do compacto ”Ouro de Tolo”, (curiosidade: teve que ser prensado duas vezes em uma semana!). ”Ouro de Tolo” tinha uma letra autobiográfica e ao mesmo tempo uma bofetada na face da classe média do país (que trocava a verdadeira realização pelo acesso às bugigangas comuns de consumo), naqueles tempos de Milagre Brasileiro.
Contratado pela Philips (gravadora onde brilhavam os medalhões da MPB como Caetano, Gil, Gal etc…), Raul Seixas partiu para o primeiro álbum solo, KRIG-HA, BANDOLO! O título refere-se ao grito de guerra de Tarzan, que quer dizer: “cuidado, aí vem o inimigo”. Lançado em 1973 é considerado pela crítica como um dos seus melhores trabalhos.
“O LP KRIG-HA, BANDO-LO! foi feito todo de uma vez. A música Ouro de Tolo foi lançada antes, por causa de uma jogada comercial da Philips, que remexeu na ópera, que é o LP, e dela retirou a parte que achava mais interessante. Então, para mim, o valor e o gosto ficam por conta de todo o LP, porque ele é o todo de um trabalho, onde todas as músicas se interligam e de onde é quase impossível você só tirar e citar uma parte.”
Raul Seixas e Paulo Coelho lançam Sociedade Alternativa em agosto, e dedicam-se com afinco aos estudos esotéricos, mergulhando fundo na obra do mago inglês Aleister Crowley. Raul anunciava que era hora de mudar o mundo e distribuía nos shows um gibi/manifesto chamado “A Fundação de Krig-ha”, ilustrado por Adalgisa Rios (esposa de Paulo, na época). A Sociedade Alternativa, com sede alugada, papel timbrado e relatórios mensais, chegou a anunciar a aquisição de um terreno em Minas Gerais, para a construção da Cidade das Estrelas, uma comunidade onde a lei única era “Faze o que tu queres, há de ser tudo da lei.” A idéia da Sociedade Alternativa não agradou a muitos e Raul foi preso e torturado pelo DOPS, tendo que deixar o país.
Raul, Paulo, Edith e Adalgisa decidiram partir para os Estados Unidos, onde fizeram contato com algumas personalidades.
Enquanto isso aqui no Brasil, a música “Gita” tocava de norte a sul do país. E foi graças a esse sucesso que Raul e Cia. voltaram para o Brasil. Foi nessa época que o casamento de Raul com Edith foi chegando ao fim, e ela decidiu voltar para os Estados Unidos, levando consigo a filha do casal.
O sucesso de Gita deu a Raul Seixas o primeiro Disco de Ouro, com mais de 600 mil cópias vendidas. O mesmo não aconteceu com o disco seguinte: Novo Aeon (1975, Philips), que vendeu apenas 60 mil. “Foi a maior decepção, mas dei a volta por cima com Há 10 Mil Anos Atrás.”
Raul conheceu, então, outra americana, Glória Vaquer (“Spacey Glow”), irmã de seu guitarrista Gay Vaquer. Casou-se com Glória e, desta união, nasceu, no Rio de Janeiro, a segunda filha de Raul, Scarlet, em junho de 1976. Nesse ano lançou o álbum Há 10 Mil Anos Atrás, com Raul maquiado na capa como um “sábio ancião”. Chegou então ao fim a parceria com Paulo Coelho, embora conti-nuassem amigos (ou inimigos íntimos).
Decidiu sair da Philips para outra gravadora, a recém-fundada WEA. Marcou esse período o rosto sem barba nem bigode (suas “marcas registradas”) e a relação com um novo parceiro (e antigo vizinho dos tempos do Rio), Cláudio Roberto, professor de ginástica, poeta e cantor nas horas vagas. Juntos realizaram o LP O Dia em que a Terra Parou, em 1977. A crítica não gostou. Foi dito que não mantinha o mesmo “nível” dos trabalhos anteriores. Mas os fãs se deliciam com “Maluco Beleza”, “Sapato 36” e a faixa-título. Raul chegou a fazer alguns shows, mas sem muito sucesso, devido às críticas ao LP. Foi então que se separou de Glória, que, a exemplo de Edith, também voltou aos Estados Unidos com a filha Scarlet.
Voltou de lá mais gordo e com uma nova companheira, Tânia Menna Barreto. Com ela dividiu parceria em seu novo álbum, Mata Virgem (1978, WEA). O disco trazia de volta Paulo Coelho , mas a má divugação atrapa-lhou o LP e a crítica também não ajudou.
As mudanças em sua vida pessoal e profissional somadas a problemas de saúde, abalaram Raul. Para recuperar-se da pancreatite, agravada pelo consumo de bebidas alcoólicas, Raul Seixas resolveu passar alguns meses na fazenda dos pais em Dias D’Avilla, interior da Bahia.
São Paulo o recebeu de braços abertos. Iniciou, então, uma série de shows pela capital e interior do estado paulista. Na Zona Sul da cidade de São Paulo, nasceu, em 1981, a terceira e última filha de Raul, Vivian.
Chegou a fazer uma temporada no Teatro Pixinguinha com sucesso absoluto.
Em 1979 faz seu último álbum para a WEA, Por Quem os Sinos Dobram, em parceria com o amigo Oscar Rasmussen. Raul saiu da gravadora levando sua secretária de imprensa, a carioca Ângela Costa, hoje mais conhecida como Kika Seixas.
Raul assinou um novo contrato com uma velha conhecida sua, a CBS e, em 1980, lançou o álbum Abre-te, Sésamo. O disco vendeu razoavelmente, porém bem menos do que merecia. Raul e Kika decidiram morar em São Paulo e, com a ajuda de Jair Rodrigues, conseguiram alugar uma casa no bairro do Brooklin.
Ainda em 81, Raul rescindiu o contrato com a CBS por pedirem que dedicasse o próximo disco a Lady Diana – ela era ”o assunto do momento”. Nessa época, Sylvio Passos, com 18 anos, comunicou a Raul Seixas que havia fundado o Raul Rock Club. Ele ficou surpreso, e passou a participar ativamente do que denominaria de Raul Seixas Oficial Fã-Clube.
Sem gravadora, mas com um público enorme e fiel, apresentou-se para mais de 150 mil pessoas em 13 de fevereiro de 1982 no Festival Música na Praia, em Santos, São Paulo. Mas Raul andava insatisfeito e mergulhava cada vez mais na bebida, o que levou ao cancelamento de shows e crises de hepatite. Em maio de 82, apresentou-se tão alcoolizado em Caieiras, interior de São Paulo, que acabou sendo tomado por impostor de si mesmo, sendo preso e ameaçado pelo delegado da cidade.
Deprimido, sem um contrato com uma gravadora e ainda com problemas de saúde, Raul, juntamente com Kika, desenvolveu o projeto da ópera-rock Nuit e saiu batendo de porta em porta, visitando todas as gravadoras. Nada aconteceu. Chegou ao cúmulo de ouvir de um diretor artístico a seguinte frase: “Já estou vacinado contra Raul Seixas.” Magoado, Raul voltou para o Rio e ficou alguns meses num apartamento em Copacabana.
Até que João Lara Mesquita, jovem diretor do Estúdio Eldorado e fã incondicional de Raul, resolveu realizar um antigo projeto e convidou o ídolo para gravar. Raul, Kika e a filha Vivian então retornaram para São Paulo, e, em abril de 1983, o músico lançou o álbum Raul Seixas. O disco trazia também uma faixa gravada, ao vivo, durante um show realizado no Sociedade Esportiva Palmeiras, onde Raul Seixas contou, através das músicas, a história do rock and roll para mais de 10 mil pessoas.
Em 1983, lançou o livro As Aventuras de Raul Seixas na Cidade de Thor, dividido em três partes: a primeira, um diário escrito entre os sete e os quatorze anos, no qual nota-se um grande conhecimento de rock and roll; na segunda parte, uma série de contos feitos entre os doze e os vinte e um anos; e, finalmente, na terceira, uma história em quadrinhos, chamada A Lei dos Assassinos da Montanha que, segundo Raul, era um bom exemplo de humor negro.
Com o sucesso do disco, do livro e da turnê pelo Brasil, Raul e Kika realizaram uma viagem aos Estados Unidos para acompanhar de perto o que estava acontecendo musicalmente por lá. Voltaram com a bagagem cheia e inspiradíssimos. Raul então assinou novo contrato, dessa vez com a Som Livre e, em junho de 1984, lançou o álbum Metrô Linha 743.
O penúltimo casamento de Raul foi-se rompendo. A sua saúde também não andava boa. Mais uma vez ele decidiu voltar para Salvador, como fizera em 1978, para se recupe- rar. Depois de curta permanência em Salvador, voltou para São Paulo com nova companheira, Lena Coutinho.
Em São Paulo, junto com Lena, procurou uma nova gravadora, mas as portas do mundo artístico pareciam estar fechadas novamente para Raul. Enquanto isso, milhares de fãs e amigos permaneceram na expectativa de novidades. Em São Paulo, no ano de 1985, o Raul Rock Club (o Fã-Clube Oficial) lança o álbum Let me Sing my Rock and Roll, o primeiro disco produzido e distribuído independentemente por um fã-clube brasileiro, disputado hoje a peso de ouro por fãs e colecionadores.
Durante o ano de 1986, Raul e Lena continuaram à procura de uma gravadora e, finalmente, com a ajuda de amigos assinaram contrato para dois álbuns com a Copacabana. Porém, os problemas com a saúde atrapalharam as sessões de gravação no estúdio e o LP, que todos esperavam para esse ano, acabou sendo lançado só no início de 1987. O disco trazia como título o grito de guerra de rock and roll: Uah-Bap-Lu-Bap-Lah-Béin-Bum!
O disco tocou de norte a sul do país e mais uma vez, Raul Seixas era notícia, ocupando lugares de destaque na mídia e, o melhor, sua música estava na boca do povo. Contudo, continuava desaparecido dos palcos e da TV devido à sua saúde precária (em parte culpa do problema do abuso de bebidas alcoólicas).
A música “Cowboy Fora-da-Lei” estourou nas paradas de sucesso ganhando videoclipe no Fantástico e a sua inclusão na trilha sonora da novela das sete da Rede Globo. A música revelava uma “quase” paranóia de Raul, onde diz: “Mamãe, não quero ser prefeito/ pode ser que eu seja eleito/ e alguém pode querer me assassinar.”
A música “Não Quero Mais Andar na Contramão”, provou que Raul não estava mais a fim de maluquices e que seu papo agora era paz e sossego, no aconchego do lar… sossego que virou tédio. Marcelo Nova, para tirá-lo desse tédio, convidou-o para viajar para Salvador, onde iria se apresentar.
Raul, que estava afastado dos palcos há três anos (sua última apresentação, ao vivo, foi em dezembro de 1985, em São Caetano do Sul, São Paulo), aceitou o convite. Na capital baiana,iniciaram juntos uma série de 50 shows, que visitou os quatro cantos do Brasil. Uma aventura que acabou resultando no disco A Panela do Diabo, lançado dois dias antes do falecimento de Raul.
A convite do discípulo e amigo Marcelo Nova, então vocalista e letrista do grupo baiano Camisa de Vênus, Raul Seixas participou da gravação do álbum que o grupo preparava para lançar, dividindo vocais e parceria com Marcelo Nova na música “Muita Estrela, Pouca Constelação”, referindo-se ao cenário pop brasileiro de maneira desdenhosa.
No ano seguinte (1988), mostrou que ainda estava “vivo”, lançando, em setembro, o álbum A Pedra do Gênesis, que falava da controvertida Sociedade Alternativa.
Segunda-feira, 21 de agosto de 1989, nove horas da manhã. Dalva Borges da Silva, a empregada de Raul, chegou ao apartamento número 1003, do Edifício Aliança, Zona Central de São Paulo, e encontrou Raul Seixas morto em sua cama. Dalva imediatamente entrou em contato com o médico e a família de Raul. A notícia se espalhou e logo as emissoras de rádio e TV divulgaram o fato.
Fãs, jornalistas e amigos dirigiram-se ao prédio onde Raul residia. Raulzito havia falecido duas horas antes da chegada de Dalva ao prédio, de parada cardíaca, causada pela pancreatite de que sofria há dez anos.
O corpo foi levado para o Palácio das Convenções do Anhembi, Zona Norte de São Paulo, onde foi velado durante toda a noite e madrugada a dentro. Às oito horas da manhã do dia seguinte o corpo seguiu num jatinho para Salvador, onde foi sepultado às 17 horas no Cemitério Jardim da Saudade.
Passados tantos anos de sua grande viagem, Raul Seixas continua mais vivo do que nunca. Desde seu falecimento em 21 de agosto de 1989, o número de pessoas interessadas em sua vida e obra vem aumentando consideravelmente. Pessoas de todas as faixas etárias e classes sociais se organizam nos inúmeros fãs-clubes criados para homenageá-lo. Casas culturais, praças, ruas, parques e viadutos recebem seu nome.
Revistas, pôsteres e cerca de 20 livros enfocando sua vida e obra continuam no mercado. Todos os títulos de sua imensa discografia já foram reeditados em CD, e novos títulos são lançados constantemente. Programas de rádio e TV, romarias ao Cemitério Jardim da Saudade, em Salvador, passeatas, carreatas e inúmeros eventos acontecem anualmente em todo o Brasil nas datas de nascimento e morte, 28 de junho e 21 de agosto, respectivamente.
É por esses e por inúmeros outros motivos que decididamente Raul Seixas está e continuará vivo.
RAUL SEIXAS NO PROGRAMA DO JÔ SOARES COMPLETO ( A ULTIMA ENTREVISTA)
Raul seixas Cowboy fora da lei
Mamãe, não quero ser prefeito
Pode ser que eu seja eleito
E alguém pode querer me assassinar
Eu não preciso ler jornais
Mentir sozinho eu sou capaz
Não quero ir de encontro ao azar
Papai não quero provar nada
Eu já servi à Pátria amada
E todo mundo cobra minha luz
Oh, coitado, foi tão cedo
Deus me livre, eu tenho medo
Morrer dependurado numa cruz
Eu não sou besta pra tirar onda de herói
Sou vacinado, eu sou cowboy
Cowboy fora da lei
Durango Kid só existe no gibi
E quem quiser que fique aqui
Entrar pra história é com vocês
Raul Seixas - O Dia em Que a terra Parou
Essa noite eu tive um sonho
de sonhador
Maluco que sou, eu sonhei
Com o dia em que a Terra parou
com o dia em que a Terra parou
Foi assim
No dia em que todas as pessoas
Do planeta inteiro
Resolveram que ninguém ia sair de casa
Como que se fosse combinado em todo
o planeta
Naquele dia, ninguém saiu de casa, ninguém ninguém
O empregado não saiu pro seu trabalho
Pois sabia que o patrão também não tava lá
Dona de casa não saiu pra comprar pão
Pois sabia que o padeiro também não tava lá
E o guarda não saiu para prender
Pois sabia que o ladrão, também não tava lá
e o ladrão não saiu para roubar
Pois sabia que não ia ter onde gastar
No dia em que a Terra parou (Êêê)
No dia em que a Terra parou (Ôôô)
No dia em que a Terra parou (Ôôô)
No dia em que a Terra parou
E nas Igrejas nem um sino a badalar
Pois sabiam que os fiéis também não tavam lá
E os fiéis não saíram pra rezar
Pois sabiam que o padre também não tava lá
E o aluno não saiu para estudar
Pois sabia o professor também não tava lá
E o professor não saiu pra lecionar
Pois sabia que não tinha mais nada pra ensinar
No dia em que a Terra parou (Ôôôô)
No dia em que a Terra parou (Ôôô)
No dia em que a Terra parou (Uuu)
No dia em que a Terra parou
O comandante não saiu para o quartel
Pois sabia que o soldado também não tava lá
E o soldado não saiu pra ir pra guerra
Pois sabia que o inimigo também não tava lá
E o paciente não saiu pra se tratar
Pois sabia que o doutor também não tava lá
E o doutor não saiu pra medicar
Pois sabia que não tinha mais doença pra curar
No dia em que a Terra parou (Oh Yeeeah)
No dia em que a Terra parou (Foi tudo)
No dia em que a Terra parou (Ôôôô)
No dia em que a Terra parou
Essa noite eu tive um sonho de sonhador
Maluco que sou, acordei
No dia em que a Terra parou (Oh Yeeeah)
No dia em que a Terra parou (Ôôô)
No dia em que a Terra parou (Eu acordei)
No dia em que a Terra parou (Acordei)
No dia em que a Terra parou (Justamente)
No dia em que a Terra parou (Eu não sonhei acordado)
No dia em que a Terra parou (Êêêêêêêêê...)
No dia em que a Terra parou (No dia em que a terra